sexta-feira, 22 de março de 2013

No outro dia, enquanto esperava pela minha vez na fila interminável que se forma na casa-de-banho feminina dos Armazéns do Chiado, uma mulher já idosa abordou-me e após dois dedos de conversa emocionou-me com um "Eu já tenho oitenta anos, mas tu és tão linda e tens a vida toda à tua frente".

Parece-me injusto, no entanto, que aos dezassete anos seja confrontada com o peso de uma vida toda à minha frente. Tantas portas abertas diante de mim, um milhão de caminhos que posso tomar e na minha casmurrice e teimosia sinto que apenas um posso tomar, ou tenho o direito de tomar. Talvez esteja relacionado com toda a minha maneira de encarar a vida, com as certezas e receios que tenho: aquela sensação intimidante do destino a espreitar. Há apenas um caminho e cabe-me a mim encontrá-lo.
Não tenho a vida toda à minha frente, tenho somente uma vida toda à minha frente e um medo profundo de não a conseguir ver. E isso consome-me noite e dia.

4 comentários:

  1. temos que viver um dia de cada vez e aproveitar cada dia como se fosse o último pois nao sabemos o que o futuro nos reserva. beijinhos*

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  2. Boa tarde
    Com vista o incentivo à leitura, partilho o selo que me foi confiado com este blog
    http://almainspiradora.blogspot.pt/2013/03/partilha-do-meu-primeiro-selo.html

    A_P

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  3. não te assombres pelo destino. Vive como se existisses sem ele.

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  4. não há um só caminho, há uma infinidade deles, e certamente encontrarás um que te fará muito feliz :)

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deixa tu também letras soltas no caminho