terça-feira, 24 de abril de 2012

Neste dia de sol, o nosso sol faz anos :')


Já deram um beijinho de parabéns ao nosso Luís Nuno Barbosa, que hoje faz 21 aninhos?
Força. toca a mexer ; )

Parabéns Luís Nuno *

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Hoje posso só arrancar-te um pouquinho do coração? Posso tirar-te de lá e fingir que não ocupas todo aquele lugar?

Posso? Posso? Por favor, preciso tanto de ser só eu. Por favor.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

choveu chocolate ontem à noite

choveu chocolate
ontem à noite
cobriu o jardim as folhas e as flores
os telhados os bancos e as pedras da calçada
cobriu o céu castanho e acidentado
cobriu o pavimento demasiadamente calcado

choveu chocolate
ontem à noite
e por momentos de chocolate me tornei
enquanto dançava ao lado do meu guarda-chuva
dando umas quantas voltas tontas e quase surda
um pouco desse doce em mim guardei

domingo, 15 de abril de 2012

Aproveitando que já aqui deixei alguns poemas escritos para um concurso, publicarei também este. Escrevi-o para um concurso de química, organizado pelo centenário de Marie Curie. Aguardo os resultados.

Primeiro,
temos um humano
sozinho
humano que
ignora a felicidade
da amizade
logo
é feliz.
Se
lhe juntarmos companhia
Descobre a dependência
E na sua eloquência
É feliz.
Contudo,
a amizade não perdura
e a solidão é agora dura.
Obtemos um humano
sólido e insolúvel.
Não pode ser feliz.

em chávenas de amor.

A minha história são todas as palavras que deixei por dizer. Os gritos que resolvi calar com medo que passassem despercebidos neste mundo que não pára para ouvir ninguém. As cicatrizes que me cobrem o corpo e as que me queimam a alma. A minha história está bem guardada, para quem um dia a quiser ler.


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Esqueci-te.


Hoje perdi-te entre cem folhas e mil linhas. Perdi-te num caderno azul esverdeado que me acompanha todos os dias. Acompanha todos os dias e hoje esqueceu-se-me. Como foi sequer possível? Deixei-te ali, em cima daquela cadeira azul, ao pé de toda aquela gente. E tu, escrito em tantas daquelas páginas, fugiste de mim.
Como fui eu deixar-te a mercê de umas mãos quaisquer? Como pude eu ser tão descuidada contigo?
Prometo não voltar a deixar-te assim, não naquele caderno, com tantas palavras tuas e minhas, com o primeiro beijo, com tantas noites só nossas.
Prometo não me voltar a esquecer de ti, meu amor.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Se até os Deuses choram hoje, porque raio hei-de eu levantar-me daqui?!


Hoje não acordei. Tenho dias assim, em que a alma se agarra aos lençóis porque a vida é demasiado cruel. Ver a chuva cair lá fora não ajudou - que dia triste, este!
Se até os Deuses choram hoje, porque raio hei-de eu levantar-me daqui?!
Dei meia volta sobre mim, revirei a almofada e esvaziei a cabeça. Mas a alma, essa não. Está cheia de cansaço. Então deixo-a deitada, a repousar para que amanhã esteja em forma para enfrentar um novo dia. Hoje deixo-a de férias. Levanto apenas o corpo, então, e levo-o até ao sofá. Estão a dar desenhos animados na televisão: ainda bem que a alma ficou na cama, se não sentir-se-ia tão triste ao saber que hoje em dia já não são tão educativos como no seu tempo.
Como sem alma o meu corpo não trabalha, hoje estou de férias.
Hoje vou chorar a saudade de me sentir bem. Pois hoje, estou tudo, menos bem!

P.S: já tinha saudades disto aqui, de vocês.

domingo, 8 de abril de 2012

bailarinas de papel.

Olhei para aquela folha arrancada de um caderno, e pareceu-me amor sem esforço. Arte criada por mero acaso. E foi aí que me apercebi que és um livro de histórias, e que cada movimento teu vem cheio de um sabor a maresia que me fascina sempre, como se fosse a primeira vez.

(arranjei uma casa nova: http://folhasdegelatina.blogspot.pt/)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Uma simples dor.

Páro, arfante e cansado, no meio de uma ponte de madeira. Uma das duas que existem no parque. No meio do lago, apenas se vê um pato. Estamos no início da primavera e o lago não merece mais do que um simples pato. E ali nos encontramos. Sós. Ele sozinho no meio da água, eu sozinho no meio da ponte.
Estou a meio da minha corrida diária e este é o meu ponto de paragem para alongamentos e algum descanso. Gosto deste lugar. No inverno não se vê vivalma. No verão é onde se encontram aqueles com mais primaveras  que decidem jogar dominó ou pôr a conversa em dia. A conversa que é sempre a mesma, contada de mil e uma maneiras diferentes. A conversa que espera sempre por alguma novidade, carente da aldeia onde vive.
O meu olhar levanta-se do chão e prende-se num pequeno banco do outro lado do lago. Foi ali que uma vez me levantei e deixei para trás o grande sentimento que sentia. Foi ali que o perdi e é ali que ele permanece, angustiante, estendendo-me os braços à espera que o vá buscar. Não, não vou porque não quero. Porque decidi escolher a felicidade ao invés do amor e dele não tenho sentido falta. Com ele ficaste tu, de ti lembro-me eu todos os dias. Porque no final fica só aquela boa lembrança de que tudo aconteceu e dos nossos momentos apenas guardo os melhores. Ficam os muitos ovos de kinder que escondemos um do outro nas milhares de caça ao tesouro que organizámos. Ficam os pinguins que imitámos e que decidimos ser antes das coisas não correrem como previsto. Ficam as mãos dadas e os sorrisos partilhados de coração cheio. Ficas tu.
Tudo porque escolhi não te voltar a ver depois disso. Uma decisão infantil mas necessária.
Olho para o céu. Cinzento. Está na hora de continuar a correr. Os músculos já doem, mas não me impedem de continuar. Não impedem porque não passa disso. De uma simples dor. E eu tenho uma corrida para acabar.

terça-feira, 3 de abril de 2012


O quanto eu me iria rir se há um ano atras me tivessem dito a vida que eu estaria a levar neste preciso momento. Provavelmente risos de levar às lagrimas se alguém me ousasse contar que todos os estupefacientes teriam sido abandonados, que já nem o sabor doce de vodca com qualquer coisa que fizesse uma cor apelativa já não me iria adoçar a boca, que não ia sentir o travo forte do fumo de uma qualquer erva passível de ser fumada, que não teria continuado a experimentar algo na infeliz esperança de sentir um tanto ou quanto mais a lua, ou o sol, a luz ou a escuridão. Irónico. O que a vida muda, o que as pessoas nos fazem mudar. Os olhos com que olho as ruas já não são os mesmos. Olho e vejo os quantos planos falhados, mas as alegrias conquistadas de forma inesperada. Os lugares onde antes proliferava a entrega aos prazeres da carne que na realidade até são lugares de onde a vista é bonita, mas que antes nunca tinha aberto os olhos para ver. Passo por lá, olho, e sinto alguma saudade, alguma nostalgia. A euforia passada, o calor das pessoas, as visões irrealistas. Passo rápido, não com medo mas com receio, chego a casa, durmo sobre o assunto, e quando acordo, é fácil perceber o porque de ter mudado. É que antes, antes acordava sozinha.
Gosto dos que me encontram ao acaso da mesma forma que me sinto pelos que vão embora sabendo o que fazem.

eu deixo-me ficar.