sábado, 5 de junho de 2010

Quem me dera poder ter um recanto, um espaço, um manto... Onde me pudesse (re)encontrar. Um espaço para anoitecer, para amanhecer, para brincar, para sonhar, um espaço, até, para chorar.
Quem me dera que as horas passassem na minha mão e eu as conseguisse agarrar, quem me dera ter alguém que soubesse a 100% que podemos confiar ! A vida é macabra, a vida gira, impiedosamente e leva-nos com ela ! Mas nós somos culpados, deixamos que ela nos leve, deixamos que ela nos deixe cair, deixamos. E deixar não é bom ! Hoje estive ali, em cima de uma ponta 24 sob 24 horas, vi o amanhecer, o orvalhar, vi os carros, 1, 2, 3, 100, vi as pessoas, poucas, muitas, tristes, sozinhas, acompanhadas, de mão-dada, a chorar, vi a noite, vi a lua, mas não vi ninguém ao meu lado. E isso fez-me perceber que nós nunca temos nada nosso , nós nunca temos nada nosso. E não importa as coisas boas que fazemos porque realmente isso não condiciona nada! Passei a minha vida a por os outros à minha frente, a sonhar com os outros, a viver pelos outros, a chorar pelos outros, a sorrir com os outros. Passei a minha vida a acordar cedo, a deitar cedo, passei a minha vida a ter de sair da cama, mesmo doente, passei a minha vida, pelos outros. E agora, num percurso ainda meigo, ainda pequeno, percebo que tenho de mudar, mas não consigo.
Talvez aqui, seja possível: sonhar.

1 comentário:

  1. há algo que temos que é nosso e que ninguém nos pode tirar: nós próprios!

    e tudo o que deres ou fizeres pelos outros, é a ti que estás a dar, és tu quem sairá mais feliz por isso.

    só poderás sentir que a vida é tua realmente se te entregares a ela e aos outros.

    ResponderEliminar

deixa tu também letras soltas no caminho